domingo, 21 de novembro de 2010

Café Central

Lembrei-me de começar assim um livro, uma história construída por quem quiser participar. Eis a minha deixa:

Maria do Carmo vivia na Rua Direita, perto do Café Central. Saiu de casa, fechou a porta com a chave e

33 comentários:

  1. puxou para si a gola do casaco.
    Ainda não se via ninguém na rua. Apenas o carro do lixo se ouvia ao longe, na sua tarefa matutina. Maria do Carmo gostava de sair à rua àquela hora. Sentia-se em sintonia com a natureza. Também a essa hora se começavam a ouvir os primeiros chilreios dos passarinhos e o zumbido dos insectos. É a hora em que a vida se impõe à morte, em que a luz vence a escuridão.

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  2. Apesar da neblina intensa, pairava, sobre a pequena cidade do interior, uma luminosidade mágica.
    Maria do Carmo, caminhava cabisbaixa, carregando o peso da dor de um desgosto recente…

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  3. O seu querido gato, amigo e companheiro de tantos anos, tinha morrido de velhice. A casa agora parecia estranhamente vazia e tudo lhe fazia lembrar a presença languida e doce do seu querido gato Quintanilha.

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  4. Parecia-lhe impossível que pudesse ter chegado a tal estado de solidão. Nos últimos anos acabara por se afastar aos poucos de todos de quem gostara. Só o gato tinha permanecido fiel, sem se irritar com as suas constantes mudanças de humor.

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  5. Ia absorta. Sentiu sede. Desejou que fosse mais tarde. O café abria só às seis e meia. Foi-se aproximando devagar e o Senhor João, que trabalha no café, passou à frente dela. Chamou-a e disse-lhe:
    - Ó menina, ainda agora passei à sua porta e ouvi o telefone a tocar sem parar, vi logo que tinha saído. E olhe, não esteja assim! Olhe que sou eu que lhe digo, alguém quer muito falar consigo! O telefone não parava de tocar.

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  6. Maria do Carmo exita. Voltará atrás para tentar receber o telefonema ou continuará? A esta hora? Quem será? Mas o seu único contacto telefónico, a pequenina Maria, de 10 anos, filha da vizinha do 2º. Esq., sofrendo de doença raríssima, a estas horas..................

    23 de Novembro de 2010

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  7. Mas Maria do Carmo ou Carminho, como sempre lhe chamara, carinhosamente, a avó Micas que lhe levava o pequeno almoço à cama, às escondidas da mãe, nos dias gelados como aquele, deu meia volta e num passo largo dirigiu-se a casa. O vigor que imprimia aos seus movimentos, surpreendeu até a si mesma... há muito que não sentia o coração incendiado por algo tão simples como a curiosidade de saber quem queria falar-lhe ... Já perdera memória do dia em que percebeu que não havia lugar para outras pessoas na sua vida. Acordou, um dia, e sentiu que sempre estivera assim, sozinha no Mundo... e não precisava de mais ninguém... a sua paixão por cinema preenchia as madrugadas de insónias e as pessoas sobre quem escrevia pareciam-lhe mais que suficientes...Se é complexo imaginar relações, quanto mais vivê-las?
    Entra em, finalmente, em casa...

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  9. ....e espera, espera que o toque do telefone a chame de novo.
    Agora está ali, presa aquele canto da sala onde até nunca costuma parar.
    Espera uns minutos......silêncio. Espera meia hora.....o peito aperta. Invade-a um terrivel medo do silêncio, daquele que afinal até tem sido p seu companheiro dos ultimos tempos. Da sua vida de solidão.
    Maria do Carmo, neste instante, anseia por um simples som. Um som do qual mal se lembra. Afinal, anseia pelo toque de alguem....

    E subitamente "ele" toca.....e esta mulher sente o sangue que tem a correr-lhe nas veias!
    ....e, apesar de tudo, hesita...

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  10. ... Toca no auscultador. A mão treme. Levanta novamente a mão e leva-a ao peito, como que afagando o coração que teima em saltar . Na penumbra da sala apenas o tic-tac do enorme relógio de pé, herança do Avô, se ouve por entre os gritos das campaínhas do telefone. Volta a pousar a mão no auscultador, e num repente de coragem, levanta-o. Mas ainda há a vencer a distância até ao ouvido, que para Maria do Carmo tem a distância de uma maratona. Tremendo, encosta o auscultador ao ouvido. A vóz treme-lhe, e é num sussuro que diz:
    - "Estou, sim?..."

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  11. - "Maria do Carmo...?" - diz uma voz rouca do outro lado, que, no corrupio de emoções que a assalta, não reconhece imediatamente...
    - "Fala o Abel..."

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  12. Abel? Abel? Que estranho, seria o mesmo Abel que em anos distantes de Liceu foi o seu colega de carteira, personagem reservada mas de olhar malicioso, aquela presença discreta que quando quebrava o silêncio revolucionava tudo à sua volta deixando os professores perplexos e a turma em gargalhadas catatónicas? Fora a melhor turma de sempre e os melhores anos da sua vida. Não conseguiu conter um sobressalto, as faces ruborizaram-se e a voz saiu-lhe pífia e gaguejante.

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  13. - "A...Abel???...."
    Noutro tempo, Maria do Carmo teria gracejado. Algo à medida do Abel de que se recordava: "Abel? Sorry, doesn't ring Abel...". Mas isso teria sido noutro tempo, noutra Maria do Carmo. Uma Maria do Carmo de que ela própria já não se recordava. Uma Maria do Carmo desaparecida, ou meramente adormecida?
    TIC... TAC... TIC...
    - "Abel?...", repetiu.

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  14. - Maria! Até que enfim! Nem sabes como foi difícil encontrar-te! Tantos anos a ler o que escreves... mas com esse pseudónimo que arranjaste, como é que eu havia de adivinhar? Como estás?
    Maria... Já nem se lembrava de como lhe sabia bem ser tratada assim. Ainda assim, não foi capaz de evitar o tom seco que há muito tempo adoptara:
    - Cá estou. Bem sabes que não gosto de dar nas vistas. O que queres?
    - Preciso muito de falar contigo, ainda hoje. Onde nos podemos encontrar?
    - Sabes onde é o Café Central? Ainda não são horas de estar aberto, mas já lá está o Sr. João, que me costuma abrir a porta, mesmo fora de horas. Estás longe? - disse Maria do Carmo sem disfarçar a ansiedade. Teria saído da cama a meio da noite para um acontecimento tão excepcional na sua vida como este: estar com um amigo!

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  16. O "Café Central"..... como não? aquele lugar onde se escapavam para lanches maravilhosos, com empadas ainda quentes (conseguiu sentir-lhes o cheiro forte, acabadas de sair do forno!). Trincava-as com um guardanapo a segurar a gordura que escorria, e reparava (não altura não ligava muito, mas...) no olhar de reprovação da Maria, que delicadamente, com um seu tique já tão encantador e feminino, tentava disfarçar.....

    - Maria, estou a 12 horas de Lisboa. Tenho um jantar formal, e sigo de carro alugado para o Porto onde tenciono passar noite porque amanhã vou participar, todo o dia, numa conferência importante. Regresso depois de amanhã.....não saberás mas, vivo em S. Paulo...?!

    - Mas então....onde achas que eu encaixo, na tua agenda? - já não conseguia disfarçar a ansiedade e crescente curiosidade que se ia apoderando de si!

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  17. - Vens ter comigo! Quero que me vás acompanhar, durante a conferência. Desculpa, desculpa eu falar assim contigo, tão imperiosamente.

    Gaguejava.

    - Preciso de ti ao meu lado! Tantos anos já passaram e nunca mais encontrei ninguém como tu... profunda, de alma clara, é tão importante que vás!

    A Maria do Carmo estava a sentir vertigens. Sentou-se num banquinho ao lado do telefone, junto à janela, com aquela vista tão bonita, e respondeu:

    - Há tanto que não nos vemos... não sei o que a vida fez de ti, e tu não sabes o que fez de mim. Na verdade nada me prende, mas deixa-me acalmar. Falas-me daqui a uma hora?

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  18. - Maria, eu vou ao Café Central, e se estiveres de acordo é aí que vais ter comigo. Afinal o Café não fica longe do Porto... e eu cá me arranjo. Estou lá pelas 8 horas da manhã. A conferência começa às dez e meia. Diz depressa que sim!

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  19. ....não...vendo bem, sugiro melhor ainda. Saio de Lisboa pelas 23:00, ainda hoje. Tenho até às 10:30 de amanha....pensarás que estou louco, mas não.
    É só esta urgência que....

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  20. De repente Maria do Carmo começou a sentir-se pouco à vontade com tanta insistencia do Abel. Daquilo que se recordava, ele sempre fora um chato. Quando queria uma coisa colava-se às pessoas e não descolava enquanto não obtia o que queria. Um tipo simpático mas chato. Avaliou rápidamente a situação. Ou não vou e ele ainda vem plantar-se à minha porta, ou vou e despacho depressa o assunto. Decisão tomada.
    - Abel, está bem. Eu vou ter contigo ao café Central. Quanto à conferência, espero que tenhas um bom motivo para me fazer ir. Olha que eu te conheço e já não vou atrás das tuas insistências.
    - Está bem Maria. Só te peço que confies em mim e prometo respeitar a tua decisão.
    - Abel, lembra-te bem o que acabas-te de me prometer.
    - Sim, Maria. Está descansada. Mas agora despacha-te por favor.
    - Então até já Abel.
    E desligou o telefone. Que grande chato este!

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  21. Abel desligou o telemóvel e pousou-o na pequena mesinha pé-de-galo junto ao velho sofá coçado da antiga casa dos Pais, em Lisboa. Depois da partida para o Brasil, hesitara na venda da casa, tendo-se finalmente decidido a mantê-la. Agora não se arrependia da decisão. Bebericou um pouco mais do wiskey irlandês que não dispensava (copo largo, sem gelo...). Afinal, para ele não era cedo. Era, simplesmente, muito tarde...
    Sorriu para sí mesmo e levantou-se. Orientando-se perfeitamente na penumbra da sala, com os estores ainda semi-cerrados, parou em frente ao pequeno óleo do Contente de que a Mãe tanto gostava, e que protegia um segredo. Um segredo que apenas ele conhecia na sua plena extensão e implicações. Cuidadosamente retirou o quadro da parede, revelando a portinhola verde-escura de um pequeno cofre de ferro. Rodou sucessivamente os três botões do segredo, quebrando o profundo silencio em que a sala estava imersa com um ligeiro tac-tac-tac... Retirou do bolso uma chave escurecida pela falta de uso, e, não sem alguma dificuldade, conseguiu abrir a velha fechadura, abrindo a portinhola. Aparentemente, o cofre estava vazio, à excepção de um fino sobrescrito de papel pardo, amarelecido pelo tempo, que Abel retirou e para o qual soprou, levantando uma pequena núvem de fina poeira que dançou por entre os raios de luz que se espremiam por entre os orifícios dos estores.
    Abel colocou o sobrescrito no bolso interior do casaco, a mão resvalando no frio do aço da pequena Walter automática que tinha no coldre, sob o sovaco. A sensação de frio da coronha da arma fê-lo sorrir. No Brasil, esse seria "um friozinho legal"...
    Voltando à pequena mesa pé-de-galo, pegou no copo, esvaziando-o de um só trago. Voltou a pegar no telemóvel e digitou um número que conhecia bem de cor.

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  22. - Acho que consegui convencê-la. Pediu-me para lhe ligar daqui a uma hora, mas ligo-lhe só logo. Afinal eu disse-lhe que ainda estava a doze horas de Lisboa e não lhe fará mal nenhum alguma ansiedade... Estarei no Café Central ao fim da tarde Depois de lá estar não será difícil levá-la ao Porto, para a nossa "conferência".
    - O.K. A "conferência" mantém-se então às dez e meia de amanhã. Espero-vos lá.

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  24. Do outro lado da linha, Maria do Carmo desliga o telefone. Desvia os olhos e encara o espelho na parede lateral, aproxima-se, solta o elástico, sacode o cabelo com as mãos, "...as brancas que teimam a aparecer, cada vez mais depressa.......

    - "......estou um caco!!! Tenho que dar um jeito nisto, e é JÁ!"

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  25. Não esconde um sorriso ao se recordar da conversa que ainda há 2 dias tinha casualmente escutado no Café Central, enquanto revia os últimos artigos. Duas matronas tomavam chá e scones na mesa ao lado da sua:
    “Já viste o novo cabeleireiro que a Tila tem a trabalhar lá no salão? Aquele brasileirão com ar de modelo mariconço, lindo de morrer??!....”
    “Ai filha… nem me fales… fui lá a semana passada, e o Gerson (é assim que o moço se chama), esteve meia hora a massajar-me a cabeça, enquanto lavava… aquilo é que são mãos….”
    “Pois… é que eu fui falar à Tila e ela disse-me que de mariconço ele só tem o aspecto… acho que tem o fetiche de mexer em cabelo de mulheres… Vê lá tu que a Tila, no outro dia, chegou perto para ver o que se passava, pois ele não largava a cabeça da mesma cliente há quase 1 hora, e foi descobrir os dois a gemer de prazer enquanto ele lhe lavava o cabelo!!!….”
    Maria do Carmo olhou para o relógio. Oito horas. A Tila devia estar a abrir. Pensou que estava na hora de fazer as pazes com a beleza e levar o Gerson ao extâse…

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  26. Maria do Carmo era bela.
    Os longos e fartos cabelos negros pontuados aqui e ali com ligeiros traços prateados, habitualmente presos atrás com um elástico, emolduravam agora um rosto que transcendia a normalidade quando sorria. Maria do Carmo tinha o mais belo sorriso do mundo, um sorriso que gritava para ser libertado, mas que teimava em guardar no fundo do baú das recordações. Um sorriso daqueles que fazia o sol aparecer por entre as nuvens e as flores brotar dos montes de entulho.
    Olhou novamente o espelho e viu os grandes e expressivos olhos castanhos marcados por experiências de vida, rastos de lágrimas e pregas de riso.
    Mirando-se de um lado e de outro, percorreu com as mãos a figura alta e delgada, como que ajeitando a camisola, até parar na curva das ancas que moldavam os “designer jeans”, o único luxo a que Maria do Carmo não conseguia resistir. “Não sou propriamente uma pin-up, mas ainda deixo muita adolescente com menos de metade da minha idade invejosa”, pensou…
    Vestiu a curta casaquinha de cabedal e colocou a tiracolo o nacionalíssimo e usadíssimo saco de pele verde-escura que insistia em usar, quase como uma assinatura. Percorreu o interior povoado de esferográficas, blocos de notas, máquina fotográfica, livros…
    nem um batôn…
    nem uma sombra…
    e tirou o i-Pod. Colocou os auscultadores e ponderou a selecção, Marisa Monte é provavelmente uma boa opção para começar a manhã…
    Fechou a porta atrás de si, trauteando por entre dentes “Seja eu, seja eu, deixa que eu seja eu…”
    Maria do Carmo era bela.
    Maria do Carmo era sexy.
    Maria do Carmo sentia-se invulgarmente confiante e sorria.
    Lá fora, o sol.

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  27. O dia, agora com o sol mais esperto, adivinhava-se lindo, e ao som do Ipod, não lhe apeteceu logo sentar-se a ouvir o som irritante dos secadores de cabelo, conversas domésticas.....afinal, a massagem do Gerson podia esperar. Ainda tinha tempo.

    Desvia-se do caminho, vira à esquerda, passa pelo mercado, avança sem entrar (hoje não é dia de compras banais!), senta-se na esplanada do Café (Central!), pede uma "meia de leite" e uma torrada, passa os olhos pelas "gordas" do jornal do dia, e estremece:

    -"o quê?, não é possivel!....."

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  30. As gordas anunciavam o impossível, Abel Inácio Sousa Meneses de Vasconcellos e Silva, filho ilustre da terra, exilado com a família no Rio de Janeiro desde as perseguições e revanches pós-revolucionárias da revolução dos cravos, administrador de empresas bem sucedido, socialite disputada pela empresa cor de rosa carioca, vários casamentos desfeitos deixando para trás chorosas jovens e histéricas beldades, reclamando os seus fartos quinhões da fortuna mal avaliada em vários milhões, era procurado pela polícia federal brasileira, suspeito de ter tomado parte no escândalo das festas "rose" que recentemente abalara a boa sociedade do outro lado do Atlântico.

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  31. Abel fechou a porta atrás de si e desceu os três lances da velha escadaria de madeira do prédio da baixa de Lisboa. No vestíbulo,uma última verificação do conteúdo do bolso do desportivo casaco de tweed. Abriu a porta para a rua e os frescos com cenas dos Lusíadas que adornavam as paredes ganharam vida. Saiu para a rua semi-ofuscado e procurou no bolso do peito os óculos de sol, que imediatamente colocou, piscando os olhos.
    Tinha uma longa viagem pela frente. Não foi sem alguma nostalgia que pensou em rever o velho palacete, onde passara a infância e adolescência, antes da frequência do Técnico o ter trazido para o apartamento que a família tinha em Lisboa. Pensou na Hermengarda, a velha e dedicada governanta que o tinha educado, em criança, e que ainda hoje tomava conta do palacete e incrustava nela própria os anos que, de modo normal, se incrustrariam nas paredes que a rodeavam. Havia mais de dez anos que não regressava a Portugal, nem à pequena cidade do interior. Não obstante, mantinha contacto regular com Hermengarda via Skype. Sorriu ao pensar na dedicação da velha Senhora, do alto dos seus mais de 80 anos (ou seriam 90?), que tinha aprendido a manipular o pequeno laptop, apenas para poder ver todas as semanas no pequeno ecrã o seu pequeno Menino Abel... "O Menino está a engordar... a comidinha do Brasil não pode ser tão boa como o rancho cá da Hermengarda,não é?!...".
    Pensou em Maria do Carmo, nas tardes passadas na esplanada do Café Central, nas noitadas passadas à conversa, enquanto queimavam agulhas de gira-discos, nos trabalhos de grupo do liceu... "irónico, a solução de todo este imbróglio estar nas mãos daquela que fora (ainda seria?) a sua melhor amiga de infância..."
    Mas para já, e antes de se pôr ao caminho, havia algo que tinha de ser feito, rapidamente...

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